Cuidados Pós Operatórios

A cirurgia é apenas o começo. O paciente deve compremeter-se com o atendimento psicológico depois da cirurgia. Ao longo do emagrecimento muitas questões psicológicas surgirão: Um emagrecimento rápido, um novo corpo, novas situações de vida no âmbito familiar, profissionais, afetivos... Hábitos alimentares novos que devem ser conquistados, enfrentamento de compulsões alimentares ou novas compulsões. O vínculo do paciente com a equipe é fundamental para o sucesso do tratamento a longo prazo. Cirurgia da obesidade é para toda vida, nosso atendimento ao paciente deverá também ser. A função do trabalho psicológico no pós operatório é acompanhar o paciente na sua caminhada e ajuda-lo a enfrentar possíveis dificuldades. Em primeiro lugar, é importante colocar que esse pós operatório não tem data para acabar, pois a cirurgia bariátrica é para o resto da vida. O paciente irá viver diversas transformações ao longo do tempo. É claro que a maioria será afetada pelo seu emocional. Cabe ao profissional, psicólogo bariátrico, acompanhar esse paciente nas dificuldades. Quais as dificuldades mais comuns que vemos ao longo do emagrecimento? Compulsões alimentares Algum tipo de depressão Ansiedades Mudanças na imagem corporal Muita exigência Nossa experiência nos mostra que: quanto melhor o paciente esta preparado, trabalho feito no pré-operatório, melhor ele enfrenta qualquer dificuldade no pós-operatório. Além disso: quanto melhor for o vínculo do paciente com a psicóloga, com mais facilidade ele volta e pede ajuda para superar. O paciente que mantêm um atendimento regular no pós-operatório, em média uma consulta por mês, é o paciente que se encontra em melhores condições físicas e psicológicas.
Como a capacidade gástrica, no pós-operatório fica reduzida, as dietas hipocalóricas são rotinas e é essencial que o acompanhamento nutricional seja constante. Nas primeiras semanas, temos um período de repouso gástrico, hidratação e a adaptação ao novo volume. A alimentação nesta fase é liquida, composta por sucos, caldos, água de coco, isotônicos, chás e água. Os líquidos devem ser consumidos em pequenos volumes ao longo do dia. Após algumas semanas, a alimentação vai evoluindo de liquida para pastosa, com a introdução de papinhas e carne moída. Na sequência dos dias, a alimentação vai modificando gradativamente, para consistências cada vez mais próximas do ideal. O cuidado com as escolhas alimentares e seguir as orientações recebidas a cada consulta serão fundamentais para o sucesso do tratamento e, por isso, a evolução da dieta deve ser acompanhada cuidadosamente, para evitar desconforto digestivo como: dor, náuseas, vômitos e, ainda, deficiências nutricionais. Consultas periódicas com o profissional nutricionista se fazem necessárias, para o acompanhamento da evolução da alimentação, da perda de peso e, principalmente, para a identificação de carências nutricionais que porventura advenham da nova forma de alimentação.
A equipe de anestesistas tem importante função na avaliação pós-operatória do paciente bariátrico, quando o mesmo encontra-se na sala de recuperação. A alta da sala de recuperação para o quarto hospitalar é função exclusiva do anestesista. Nesta ocasião, a analgesia pós-operatória é revisada e ajustada caso a caso, dependendo da necessidade de cada paciente.
As revisões de pós-operatório visam orientar sobre os cuidados específicos a serem tomados na fase de adaptação da nova vida. A cirurgia é o início de um processo de mudança de vida, devendo ser acompanhado de perto pela equipe multidisciplinar. Solicitamos exames para dosar as vitaminas e fazemos uma adequação das medicações utilizadas pelo paciente. Nesta fase, é fundamental que o paciente obedeça rigorosamente às instruções médicas e nutricionais quanto a sua alimentação, assim como é muito importante a manutenção de um acompanhamento de longo prazo. Vale a pena lembrar para as mulheres: antes de 2 anos não se deve engravidar!
O pós-operatório é o momento de colocar em prática o que o paciente aprendeu com a Fisioterapeuta no pré-operatório. O principal objetivo da Fisioterapia é a prevenção de complicações na fase pós-operatória, assim como a diminuição do tempo de internação hospitalar. Na sala de recuperação o paciente inicia a movimentação, com estímulos. Já no quarto a orientação é que o paciente se mantenha ativo, nesta fase os exercícios respiratórios e motores evoluem até a alta hospitalar. Após a alta os pacientes são orientados e estimulados a manter-se mais ativos. A cirurgia bariátrica não combina com repouso e sim com movimentação, inicialmente supervisionada, e bem orientada, dependendo das condições clínicas de cada paciente.
O retorno à alimentação, após a Cirurgia Bariátrica, é um processo que ocorre de maneira lenta e gradativa. É realizado dessa forma, para que a transição da alimentação transcorra de forma eficaz, visando ao sucesso na nova modalidade de vida. O paciente que realiza By-pass Gástrico tem restrição na capacidade do volume de seu estômago, por isso necessita de aprendizado do novo modo de alimentação. Iniciamos pela alimentação líquida, seguida da pastosa e, por último, a sólida. Os atendimentos no pós–operatório são realizados de forma interdisciplinar entre a Fonoaudiologia e a Nutrição. O objetivo é favorecer a melhor qualidade de vida, nos aspectos relacionados a uma alimentação saudável, variando as consistências, texturas e qualidades alimentares, a fim de que o pós-operatório seja sem “entalos”, vômitos ou qualquer tipo de desconforto.
A cirurgia plástica é equipe coadjuvante no tratamento do obeso e do ex-obeso, sendo indicada geralmente após um ano de estabilidade do peso. A cirurgia plástica no ex-obeso visa à correção da flacidez e dos excessos de pele decorrentes da grande perda ponderal, devolvendo a normalidade do contorno corporal. É geralmente realizada em etapas cirúrgicas conforme cada caso, de modo a reduzir os riscos e melhorar a qualidzade estética dos resultados. As cirurgias comumente realizadas no ex-obeso são: Plástica de Mama – Correção da flacidez das mamas, restabelecendo a posição anatômica das glândulas e dos mamilos, podendo ser utilizadas próteses de silicone para aumento do volume mamário. As cicatrizes resultantes são geralmente ao redor das aréolas e em “T” invertido. Em alguns casos as cicatrizes podem ser reduzidas, geralmente quando utilizadas as próteses de silicone. Nos homens, quando necessário realiza-se ressecções ao redor dos mamilos ou em fuso, resultando uma cicatriz horizontal. Plástica de Abdome – Correção do excesso cutâneo do abdome (avental abdominal) e da flacidez muscular dos retos abdominais. A cicatriz resultante geralmente é vertical na linha média do abdome e horizontal sobre o púbis. Em alguns casos, principalmente naqueles pacientes submetidos a cirurgia bariátrica videolaparoscópica podem beneficiar-se da abdominoplastia clássica com cicatriz apenas horizontal suprapúbica. Plástica de Coxas e Braços – Correção da flacidez de pele entre as coxas, sendo as cicatrizes mais freqüentes na região inguinal (virilha), podendo se extender verticalmente na parte interna das coxas. Braços – Correção dos excessos cutâneos nos braços, sendo geralmente as cicatrizes ao longo da parte interna dos braços. Em alguns casos as cicatrizes podem ser reduzidas ou restritas as axilas. Plástica de Dorso e Nádegas – Em alguns casos pode ser necessária a correção da flacidez ao nível da cintura, no dorso, resultando numa cicatriz horizontal sobre a região das nádegas. Nas mulheres este procedimento pode ser complementar ao tratamento da flacidez da região glútea (nádegas) e da porção lateral das coxas, não só reduzindo a flacidez como para aumento dos glúteos. Nádegas – Para correção da flacidez das nádegas podem ser utilizadas próteses de silicone, retalhos dermogordurosos oriundos do dorso com efeito semelhante às próteses, e enxertos de gordura (lipoescultura). As cicatrizes resultantes dependem da técnica empregada. Culotes – São geralmente tratados com lipoaspiração, mas em alguns casos podem ser necessários ressecções de pele. Lipoaspiração – É geralmente utilizada para dar refinamento estético nas cirurgias anteriores. A depender do número de áreas a serem tratadas, pode ser realizada num único procedimento posterior as outras cirurgias, no dorso, abdome, flancos, braços, axilas, coxas. Esta gordura lipoaspirada pode ser utilizada para aumento do volume glúteo (lipoescultura), preenchimento de depressões no corpo e também para aumento de volume dos lábios e maças do rosto e preenchimento dos sulcos. Plástica de Face – Representa geralmente a última etapa cirúrgica no tratamento do ex-obeso. A cirurgia é semelhante a uma cirurgia de face estética, com as mesmas cicatrizes, onde procuramos tratar a flacidez muscular, os excessos de gordura e de pele da face e pescoço. Se necessário podemos realizar a cirurgia das pálpebras neste mesmo tempo cirúrgico. A cirurgia da face gera com freqüência nos paciente uma preocupação com o resultado e com as cicatrizes aparentes. Na verdade as cicatrizes além de serem de excelente qualidade nesta região, elas ficam escondidas sob o cabelo e atrás das orelhas; a única área mais visível é à frente das orelhas, porém a cicatriz fica sobre uma ruga naturalmente existente. Quanto aos resultados, o que buscamos é uma naturalidade e jovialidade das feições, sem alterações das características individuais; o que buscamos é o restabelecimento da anatomia normal e peculiar de cada paciente. Outros tratamentos estéticos como toxina botulínica, preenchimentos e peelings são tratamentos complementares aos anteriores. Diante desta ampla gama de tratamentos propostos é possível compreender o porquê da segmentação em etapas cirúrgicas. As cirurgias no ex-obeso são geralmente de uma amplitude maior, com maior risco de complicações clínicas devido às doenças associadas e um maior risco de trombose de pernas, de modo que o tempo de cirurgia deve ser o menor possível, evitando-se as associações de cirurgias. Na preparação para qualquer das etapas cirúrgicas é rotina realizar uma avaliação de saúde, laboratorial, nutricional e cardiológica no intuito de reduzir ao máximo os riscos cirúrgicos. O objetivo da cirurgia plástica no ex-obeso é restabelecer a anatomia natural e individual de cada paciente perdida devido à obesidade, devolvendo a auto-estima, equilibrando a auto-imagem corporal e permitindo ao paciente um convívio social normal.
Importância da atividade física no tratamento da obesidade: A obesidade definida como uma doença crônica que vem apresentando significativo aumento de incidência mundial desde 2003, necessita, para pacientes com problemas de peso, tratamentos eficazes para diminuição de gordura corporal e comorbidades associadas. O tratamento bem-sucedido de pacientes severamente obesos, que necessita diminuir quantidades significativas de peso por meio de cirurgia bariátrica, implicam diretamente na adoção de novos hábitos alimentares, de conduta pessoal e de exercícios físicos. Em relação às atividades físicas somente um terço das pessoas que passam pela cirurgia bariátrica adotam algum tipo de atividade física. O preparo, tanto psicológico, nutricional e físico para a cirurgia é longo e inclui a diminuição de peso antes do procedimento, o que diminui muito os riscos no pré e pós-operatórios (diabetes, hipertensão, problemas articulares, dificuldades respiratórias, embolia pulmonar, deficiências de vitaminas e minerais e até alguns tipos de câncer). Sabemos que o obeso mórbido necessita de treinamento físico pré-operatório e que muitas vezes seu estado físico não possibilita grande variedade de treinamentos físicos. Para isso o treinamento funcional e cardiorespiratórios estão no topo das atividades desenvolvidas pelos profissionais envolvidos com qualidade de vida e resultados duradouros. A grande diferença destes treinamentos com treinadores preparados é o foco, mas voltado para as adequações pessoais e a qualidade de vida do que para a estética corporal, o que acaba acontecendo, mas naturalmente, como conseqüência da prática regular da atividade. Obesos submetidos à cirurgia bariátrica, apresentam uma significativa perda de massa magra, associada à redução extrema de peso, sendo que a realização de exercícios resistidos (musculação) ameniza a perda de massa magra, melhorando parâmetros como força e resistência muscular localizada sem contar na melhora da flexibilidade e utilização de oxigênio corporal (VO2máx). Outro ponto que diferencia o emagrecimento com exercício físico associado dos pacientes que só emagrecem é a melhoria na execução nas atividades de vida diária (AVD’s) e imagem corporal e manutenção futura do peso. Resumindo: para se ter resultados duradouros de emagrecimento e saúde precisamos acreditar, dedicar e persistir na boa prática de ser mais ativos e menos passivos!

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