NINGUÉM É OBESO MÓRBIDO PORQUE QUER

NINGUÉM É OBESO MÓRBIDO PORQUE QUER

NINGUÉM É OBESO MÓRBIDO PORQUE QUER

A obesidade é uma doença que não se pode escolher ter ou não. Precisa-se de condições para isso, orgânicas, metabólicas, genéticas, psicológicas e culturais. A obesidade mórbida, em especial, é a mais resistente e que causa maior sofrimento físico e psíquico ao indivíduo.

Muito se tem falado sobre a cirurgia da obesidade nos últimos anos, a cirurgia bariátrica. Porém, é preciso ter cuidado para que ela não seja banalizada, pois o procedimento está longe de permitir isso. Essa alternativa não é a do caminho mais curto e fácil, mas, na verdade, é o único para quem sofre de uma obesidade importante e limitante dos pontos de vista motor, social e psicológico.

O ato cirúrgico por si só não resolve o problema. Ele é uma parte do tratamento, pois o sucesso está calcado no emocional do indivíduo. E esse sucesso não se contabiliza pelos quilos perdidos, mas pela mudança de atitude. Um estado de controle ocorre com o auxílio de um trabalho emocional iniciado muito antes da intervenção cirúrgica, no qual é feita a preparação psicológica. 

O que importa, portanto, é a mudança de comportamento em relação à alimentação e à vida como um todo. Isso envolve a escolha dos alimentos, dos empregos, das relações afetivas, do consumo em geral, etc. Assim como não cabe muita comida no estômago após a cirurgia, na vida do operado também não haverá mais espaço para relacionamentos sem qualidade. É essa mudança de comportamento, que ocorre paralelamente à perda de peso, que significa o verdadeiro emagrecimento, aquele que causa uma mudança interna.

Por esse motivo, muitas pessoas perguntam assustadas: é verdade que ocorrem separações conjugais após a cirurgia? Não é o procedimento que causa divórcios ou faz com que o indivíduo mude seus papéis na vida, mas é a sua autoestima que faz essa escolha. Assim, a cirurgia da obesidade deve ser tratada como uma etapa de um longo processo que nunca acaba. É necessário ficar claro que um paciente deve prepar-se para assumir uma nova forma de vida, na qual ele se torna responsável pelo seu sucesso, com a ajuda de uma limitação física.

Quando o paciente se cerca de profissioanis habilitados que trabalham de forma multidisplinar — que é como a obesidade deve ser entendida —, a chance de alcançar o tal sucesso é bem maior.

Débora Gleiser

Psicóloga Bariátrica do Grupo de Estudos das Cirurgias Bariátrica e Metabólica (Gecom)

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